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SÃO LUÍS – Adotado pela cultura maranhense no final da década de 1970, principalmente pela população da capital, o reggae, encontrou na periferia da cidade o lugar propício para ficar e ganhar características próprias na versão nacional: dançada a dois e embalada pelas radiolas (foto), que são as tradicionais paredes formadas por caixas de som.

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Passados quase 50 anos, São Luís agora é Capital Nacional do Reggae, reconhecida pela Lei 14.668, publicada nesta terça-feira (12), no Diário Oficial da União.

Criado na Jamaica, no final da década de 1960, o ritmo é uma derivação do ska, gênero musical que mistura elementos caribenhos ao blues, originário no canto de saudade que dava ritmo ao trabalho dos africanos escravizados; criando um ritmo alegre, dançante e que fala da discriminação racial.

Foi a partir de músicos jamaicanos que tocavam o ska, como Toots Hibbert, da banda The Maytals, que o ritmo e o termo originário da palavra rags – farrapos, em tradução livre – ganharam o mundo por meio de pioneiros, como The Wailers, banda formada por Bob Marley, Peter Tosh e Bunny Wailer.

O ritmo, embalado por letras com críticas sociais contra o preconceito, a desigualdade e a pobreza, chegou aos maranhenses por meio das ondas curtas de rádios caribenhas e por aqui ficou. Ganhou jeito o agarradinho de dançar, bailes aparelhados, DJs dedicados, clubes, programas de rádio e bandas como a Tribo de Jah, que na década de 1980 difundiu a versão nacional do reggae, nascida na Jamaica brasileira.

Museu do Reggae em São Luís

Atualmente, São Luís tem centenas de radiolas, com DJs. As bandas se multiplicaram e a cidade ganhou em 2018 o primeiro museu temático sobre o ritmo, fora da Jamaica, o Museu do Reggae Maranhão.

O local além de reunir discos, instrumentos, vídeos e outros ícones históricos, também é um espaço cultural para a realização de shows, festivais, aulas e oficinas.

Reggae de amigos

Em São Luís, a dupla de amigos Frank e Luana são apaixonados por reggae e se conheceram ao participar de um projeto sobre o ritmo jamaicano na capital. 

Frank foi convidado por um amigo para organizar um grupo e a coreografia de reggae para um vídeo. Durante as gravações, acabou conhecendo Luana. “No embalo das gravações, decidimos fazer um vídeo nós dois, nos respectivos cenários do videoclipe (Centro Histórico e Espigão)”, conta a estudante de fisioterapia. 

Os vídeos já circulam pelas redes sociais, e os dois protagonistas e dançarinos são muito elogiados. “Foi algo imprevisível, pedimos para um amigo colocar o reggae e gravar a gente dançando”, relata o regueiro.

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