Por Carlos Brandão
Talvez muita gente não tenha se atentado para a importância gigantesca que foi a inauguração do novo corredor de importação de fertilizantes do Arco Norte, no Porto do Itaqui. Na prática, o projeto capitaneado pela VLI e pela COPI – companhias de soluções logísticas integradas – já está em operação desde o fim de 2022, quando se iniciaram os testes operacionais. Uma ideia nascida de um sonho que virou realidade e, certamente, consolida o Porto do Itaqui como solução logística multimodal do Arco Norte. Mais de 100 mil toneladas de insumos para fertilizantes já foram transportadas pelo corredor, projetado para atender produtores situados em uma área que abrange os estados do Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás, Bahia e Piauí, além do Tocantins, Maranhão e do Distrito Federal. Acompanhamos de perto todo o processo desde o início, com a certeza de que esse investimento, que gira em torno de R$ 400 milhões, atrairá outros investidores que levarão em conta a infraestrutura logística do Maranhão, aliada à posição geográfica estratégica, o que oferece vantagens competitivas significativas.
O novo corredor logístico será o canalizador do crescimento da demanda Centro-Norte de fertilizantes do país nos próximos anos. Funciona assim: a mercadoria que chega ao Porto do Itaqui é transportada por ferrovia até o Terminal Integrador de Palmeirante (TIPA), no Tocantins. De lá, segue por rodovia até os produtores. No sentido de volta, o novo corredor será utilizado para transportar as safras desses produtores até o Porto do Itaqui, contribuindo para o aumento das exportações brasileiras a partir do Maranhão. Tudo isso por meio de 2 locomotivas e 78 vagões, com capacidade para movimentar até 1,5 milhão de toneladas/ano do insumo, suprindo a demanda crescente por fertilizantes no Arco Norte do país.
Presente ao evento, no último dia 14, o ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França, fez questão de dizer que o Maranhão, via Porto do Itaqui, está sendo fundamental para a integração nacional e para o aquecimento da economia, prioridades do novo governo. E, sinceramente, concordo com a afirmação. Ao trabalharmos centrados na unidade de objetivos a serem alcançados por uma equipe focada nos resultados, nos tornamos um importante centro logístico e econômico no Brasil. A inauguração do corredor de fertilizantes do Arco Norte, que conecta a região produtora de grãos do país ao Porto do Itaqui, representa um avanço significativo nessa nova fase de crescimento.
Não se pode negar que as conexões com importantes ferrovias e rodovias fazem do Itaqui um corredor logístico imprescindível para o Centro-Oeste do país. E agora, com a inauguração da ferrovia Norte-Sul, que aconteceria na sexta-feira (16), na cidade de Rio Verde (GO) – com nova data a ser confirmada -, ele ganha uma relevância ainda maior. A ligação ferroviária entre o Porto do Itaqui e o de Santos (SP) levou mais de 30 anos para ficar pronta. Seus 2.257 km de extensão, atravessando quatro regiões do país, vão permitir a aceleração do desenvolvimento da região Centro-Oeste, fundamental para a agropecuária. Consequentemente, fortalece nosso porto, impulsiona a chegada de novos investidores e, principalmente, gera emprego e renda.
Com mais oportunidades de trabalho e um ambiente econômico favorável, nos trilhos do desenvolvimento, vislumbramos melhoria nas condições de vida dos maranhenses, além de um futuro mais promissor para as próximas gerações.