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O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, encaminhou à Polícia Federal um pedido de investigação sobre o discurso do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e outras pessoas presentes em um ato pró-armamento realizado em Brasília. A manifestação ocorreu na Esplanada dos Ministérios, no domingo (9/7).

De acordo com Dino, existe indício de discurso de ódio e apologia a violência. “Determinei à Polícia Federal que faça análise dos discursos proferidos neste domingo em ato armamentista, realizado em Brasília. Objetivo é identificar indícios de eventuais crimes, notadamente incitações ou apologias a atos criminosos”, afirmou o ministro, nas redes sociais.

Durante a manifestação, que se concentrou em frente ao Congresso Nacional, Eduardo afirmou que “professor doutrinador é pior do que traficante”. Ele fez as declarações em cima de um trio elétrico.

“Se tivermos uma geração de pais que prestem atenção na criação dos filhos, tirem um tempo para ver o que eles aprendem nas escolas, não vai ter espaço para professor doutrinador querer sequestrar as nossas crianças. Não tem diferença de um professor doutrinador para um traficante de drogas que tenta sequestrar e levar nossos filhos para o mundo do crime”, disse o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Aclamado pelos manifestantes, ele continuou com as afirmações. “Talvez até o professor doutrinador seja ainda pior, porque ele vai causar discórdia dentro da sua casa, enxergando opressão em todo tipo de relação. Ele vai falar que o pai oprime a mãe, a mãe oprime o filho e que a instituição chamada família tem que ser destruída”, completou.

Seguindo discurso do pai, Eduardo ainda afirmou que o Brasil caminha para a mesma direção da Venezuela.

“A Venezuela é o país mais violento do mundo, e o Brasil vai voltar a caminhar nesse sentido. Infelizmente, vai roubar muita vida de inocente, porque os caras do Ministério da Justiça não querem dar o acesso à legítima defesa a todos nós”.

O deputado também fez críticas à CPI que investiga os atos antidemocráticos do 8 de janeiro. “Na CPI do 8 de janeiro, vi pró-armas recebendo um ataque e pessoas tentando vincular o pró-armas ao 8 de janeiro. Sabe o que isso significa? Que vocês estão fazendo um excelente trabalho”, salientou.

O grupo que se manifestou no domingo defende mudanças na legislação do país relacionadas ao porte e à posse de armas. Esta foi a primeira edição do ato.

Contrário ao armamento da população, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) promoveu um recadastramento de armas de fogo no país. A medida atingiu as armas adquiridas a partir de 7 de maio de 2019, data do decreto de Bolsonaro que ampliou o acesso dos civis aos armamentos.

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