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Aliados e desafetos dentro do governo do secretário-executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Cappelli, avaliam que ele tem se movimentado nas últimas semanas para assumir a pasta caso seja confirmada a ida de Flávio Dino para o STF (Supremo Tribunal Federal).

A estratégia seria combinada com o próprio Dino, de quem é braço direito, afirmam esses interlocutores. O ministro estaria dando mais espaço para que Cappelli se destaque em algumas ações do ministério, como no reforço da Força Nacional no Rio de Janeiro, nesta semana.

O secretário manteve reuniões com o prefeito da cidade, Eduardo Paes (PSD), e conversou com o ex-secretário de Segurança do estado José Mariano Beltrame, responsável pela implementação do projeto das UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora). O plano, que buscava retomar territórios dominados por grupos criminosos, teve bons resultados no início, mas passou a decair a partir de 2013.

Cappelli também tem mantido rotina intensa de entrevistas. Só neste mês foram pelo menos 11, entre canais da TV aberta e fechada, revistas e sites.

O secretário ainda tem se manifestado sobre temas de fora da segurança pública. Repostou uma mensagem do presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, sobre a licença obtida pela estatal para explorar a Margem Equatorial, e também uma manifestação do perfil oficial do PT na rede X (ex-Twitter) sobre o fim da CPI do MST na Câmara.

O nome de Dino ganhou força para o STF em meados de setembro. Desde então, começou uma pressão, principalmente do PT, para que o Ministério da Justiça e Segurança Pública seja dividido em dois —Cappelli já se manifestou contra a proposta, por conflitar com todo esforço feito até o momento para integrar as ações de inteligência.

Interlocutores do secretário negam que ele esteja tentando ocupar uma eventual vaga aberta com a ida de Dino ao STF. Eles lembram que a movimentação ainda não aconteceu e criticam o “fogo amigo” e a tentativa de fritura antecipada de algo que pode não ocorrer.

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